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quarta-feira, 19 de maio de 2010

"Infinita Highway" (Engenheiros do Hawaii) X "A Seta e o Alvo" (Paulinho Moska)

OH, My God. Olha eu inventando moda. Depois fico reclamando como uma velha ranzinza por não ter feito tudo como queria. Isso que dá inventar idéias mirabolantes. Essa idéia sempre foi grandiosa demais, mas mesmo assim, eu quis abraçá-la. Aí, começaram os contratempos: surgiram posts temáticos que me fizeram vir a adiar esse tema umas trocentas vezes, depois passei mais umas longas semanas em ócio criativo, e agora não tenho mais como fugir, sério. Não tenho pretextos, droga. Perdoem-me pelas linhas que se seguem, mas eu preciso tentar. Duas músicas de grande importância e complexidade pra mim*, num único post, só eu mesmo pra surtar com essas coisas. Então, lá vai: Infinita Highway, dos Engenheiros do Hawaii e A Seta e o Alvo, de Paulinho Moska.

Nem sei como começar a falar...Ambas são complexas, cheias de antíteses e mensagens subliminares, e tratam de milhares de coisas com uma simples melodia.

Começo pelos Engenheiros com sua Auto-estrada interminável. Gessinger diz a alguém, um alguém daqueles que toca nosso coração, com algo conhecido como paixão, uma coisa. Que essa pessoa o faz correr riscos. Os riscos da correria da nossa vida moderna. Nesse mundo onde estamos sós e nenhum de nós sabe exatamente onde vai parar.

Andando em um labirinto ou em uma estrada em linha reta, a 110, 120, 160, pra ver até quando o motor agüenta. Estamos vivos, e essa é a lei da infinita Highway. Sobreviver, sem saber pra onde vamos, mas precisamos ir. Não queremos ter o que não temos, nós só queremos viver, sem motivos e nem objetivos. Então me diz qual é a graça de já saber o fim da estrada quando se parte rumo ao nada? É isso que Moska diz, completanto a idéia de Gessinger.

Ele, em sua letra que fala de duas pessoas com pontos de vistas opostos, onde um fala de amor à vida e o outro, de medo da morte. Mas não adianta apenas querermos atingir nossas metas. Metas que são como setas nos alvos, mas o alvo na certa não nos espera. É sempre assim, como aquela história: João gosta de Maria que gosta de Paulo que não gosta de ninguém. É mais ou menos igual, mas essa teoria não se restringe somente ao amor, e nossos objetivos por alcançá-los. Ela serve pra tudo na nossa vida. Tudo que está milimetricamente planejado, como se fosse ocorrer de acordo com nossas expectativas.

Devemos ter objetivos, estarmos vivos não é tudo, não devemos nos deixar ser arrastados a toda velocidade numa das curvas da highway. Como diz Jennifer Aniston, “Não faça planos, faça opções”. Ou seja: torne palpável, não idealize. Tudo que é muito idealizado tende a ficar no platônico que há em nós, alimentado por mocinhos e vilões do nosso imaginário conto de fadas. Opções são diferentes de metas. São um estilo de vida a ser seguido, e não uma estrada com um destino final. Porque se colocamos um destino final, significa que quando chegarmos lá, não haverá mais pra onde ir. E nós sempre estamos recomeçando. Independente de você acreditar na força do acaso, e eu, em azar ou sorte.

Será essa estrada uma prisão? Viver no ritmo da infinita highway, requer renunciar ao direito de ser livre. Mas não adianta mesmo ser livre, se tanta gente vive, sem ter como viver. Estamos vivos sem motivos? Que motivos temos para estar? Os motivos estão escondidos nas entrelinhas do horizonte dessa highway...E além do horizonte, existe um lugar...Onde queremos lembrar o que esquecemos e onde queremos aprender o que sabemos, porque isso de “não queremos nem saber” é como dar um grito por liberdade enquanto alguém deixa a porta se fechar. É preferível saber a verdade a se preocupar em não se machucar.

No jogo do amor e na auto-estrada da vida, estamos a todo instante nos arriscando, vendo placas cortando o horizonte, como facas de dois gumes. E estamos vivos, tão confusos como a América Central...Como não ser irracional vendo placas “não corra”, “não morra”, “não fume”, “não pense”? Tudo é proibido, só nos resta desistir. Devemos correr todos os riscos ou dizer que não temos mais vontade? Nos oferecermos por inteiro ou nos satisfazermos com metades?

E nesse caos, enquanto olhamos pro infinito a sonhar, tem alguém de óculos escuros, que quando eu digo “te amo” só acredita quando eu juro. Mas nem por isso ficaremos parados, com a cabeça nas nuvens e os pés no chão. Por isso eu lanço minha alma no espaço, enquanto muitos pisam os pés na terra. Eu prefiro experimentar o futuro, não vale ficar lamentando não ser o que era.

Não devemos usar nossas frustrações e nossas limitações em acreditar em sonhos para impedir que os outros sonhem. Nem todo o caos que nos cerca. Ele cerca a todos nós, e cada um tira dele, exatamente o pretexto que precisa, pro amor ou para a dor. Para mudar a vida ou se acomodar em sua mesmice. Então façamos um pacto de não usar a Highway pra causar impacto. E que sejamos inteiros e íntegros para amar. Eu não sou ator, eu não tô à toa do teu lado. Não quero encontrar na boca em vez do beijo, um chiclé de menta e a sombra do sorriso que eu deixei, porque sorrisos não são sombras, e gastar tempo mascando chiclé pra preencher o vazio, é como estar vivendo e morrendo na cidade, tendo tudo ao meu redor, mas sentindo que algo me faltava.

É necessário, acima de tudo, correr os riscos dessa highway. Não podemos estar vivos sem motivos e nem objetivos. Se o sinal está fechado para nós, que somos jovens, e não mudamos mais o mundo, como há pouco tempo atrás, porque roubaram nossa coragem, que não roubem também nossos sonhos. Nem a paixão latejante que flameja na jovialidade que há em nós. E nós podemos estar completamente enganados, podemos estar correndo pro lado errado. Mas a dúvida é o preço da pureza, e é inútil ter certeza. Até porque o alvo, na certa não nos espera. E quando se parte rumo ao nada, qual é a graça de saber o fim da estrada, numa das curvas da Highway?

A vida é pra valer, eu fiz o meu melhor. E o meu destino eu sei de cor...

By Mônica

Links das Letras:

http://letras.terra.com.br/biquini-cavadao/1410062/

http://letras.terra.com.br/paulinho-moska/48065/

* Dedico este Post à Tainá, filhote meu, que me apresentou ambas as músicas e ampliou meu acervo. E à Kamilla, por noites filosofando sobre músicas e seu sentido pro Universo. Parabéns, Milla.