O post dessa semana tropeçou na correria da minha vida, e foi arrastado o máximo que pôde. Aí, cansei. E resolvi dar uma pausa para sonhar. Viajei bem fundo. Peguei um trem pras estrelas e quando me dei conta, estava entre elas.
Eu, que sempre admirei o céu, hoje tenho a honra de falar sobre ele da forma mais poética que existe em mim: através da música. Para tal peripécia, me utilizo de um grande nome: Olavo Bilac. E uma poesia de sua autoria “Ora(direis) ouvir estrelas”. Não, não falarei de poesia.
Estrelas são pontos luminosos no céu, produtos de uma enorme explosão – explosão essa que determinou a morte da estrela – cujo brilho é chegado para nós, até que toda a luminosidade da sua morte cesse e ela fique esquecida no infinito escuro. Isso era o que eu sabia sobre as estrelas - até hoje. Eu, que sempre as amei, não sabia nada sobre elas.
Não quero dar uma aula de astrofísica para falar da composição estelar. Mas algumas coisas me soaram interessantes. A estrela só morre quando elementos extremamente pesados a saturam e há um desequilíbrio de energia. E elas não têm todas, o mesmo fim. Algumas viram buracos-negros. Outras, explodem e se transformam
Acabado meu momento globo ciência, falo de música e poesia. Mas é que fiquei mesmo emocionada com o fato de algo que pode acabar com todas as espécies vivas do planeta, ter o poder de gerar vida. A ambivalência me fascina. Não gosto de opiniões fixas e imutáveis. Adoro a leveza e a descontração da inconstância, que liberta a vida do tédio. Que permite ousadia aos corajosos. Ou aos bipolares, que seja. Não importa. O importante é não ser apenas o lado A do disco. Se não houvesse o lado B, o lado A não precisaria ser chamado assim, só haveria um lado. Unilateralismo é muita falta de opção. De criatividade. Ou de opinião.
Tudo bem, prometo não me perder mais. É porque ouvir estrelas me faz perder o senso. Eu desperto pra tanta luz, e abro as janelas para olhar o céu, procurando-as no deserto infinito, pálida de espanto. Que o sol me desculpe – e eu o amo demasiadamente – mas anseio avidamente pela noite, onde tudo fica escuro e eu enxergo melhor. E vejo brilhar. As estrelas, quase todas mortas. Só amando para entendê-las. Entender que conseguem brilhar pelo seu fim, com a despedida mais triunfal que o universo nos proporciona.
Afinal...não conheço mais nada que ao perder a vida, deixe um brilho tão grande, que não é chegado para nós o tempo em que se apagarão. E quando isso acontecer, ficaremos apenas com um rastro de luz se apagando além dos nossos olhos. A gente tá na lanterna, do tempo que virá...com mais brilho, espero. Que os novos tempos e novas eras que se aproximam, nos mostrem a beleza de morrer sem desaparecer, de brilhar pra se fazer eterno, de compreender que o importante não é o tempo que se tem, mas o (bom) uso que fazemos dele. E já dizia Cazuza: “Como as borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não dói.” Deixa marcas. Eterniza. E se o seu brilho é tão grande quanto de uma estrela, talvez nunca se apague e se torne invisível. Eu sou sensível à escutá-las a cantar. Pois só quem ama pode ouvir estrelas...
By Mônica
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