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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Sentimental (Los Hermanos) X Insensível (Titãs)

Essa semana, o objetivo é encarar o tema que era pra ser o da semana passada, mas não era o momento de fazê-lo. A bipolaridade entre o sentimentalismo excessivo e a frieza dos corações de gelo, atingem aqui o ponto de ebulição: Los Hermanos e Titãs no contraste entre “Sentimental” X “Insensível”.

Como uma sentimental nata, com emoções sempre a transbordar por todos os poros da minha alma, começo falando de sentimentos. Depois, tento compreender a insanidade que é a ausência deles (é difícil conceber em minha mente um mundo onde se pode descartar corações e adorar personagens que encenam farsas em suas próprias vidas).

“Sentimental” fala de um relacionamento que foi perdendo a cor, até perder todo o sentido do resto e se dissolver num abismo sem fim. Aparentemente, a causa é unilateral. Um dos lados não mediu esforços pra mostrar o amor e gritar os sentimentos aos quatro ventos, mas isso já não bastava mais para sustentar a relação. Faltava algo, que se perdeu no caminho, com golpes certeiros de mágoa em suaves prestações. Porque acontece o desencanto quando não há motivo aparente? Demonstrar o afeto e as emoções à flor da pele, não são mais a solução. Nem diminuem a dor. Ao subverter um sentimento e transformá-lo em razão, ela interpreta mal as palavras dele e raciona seus sentimentos em uma equação lógica desfavorável, onde o produto é a subtração de suas vontades e a dor do coração partido, uma progressão até o infinito.

O “Insensível” acha impossível fazê-la feliz, porque se vê de forma distinta. Ele tem um olhar diferenciado para o final nada desejado. Enquanto o sentimental fala de um final doloroso, sofrido, o insensível trata o fim como natural. Como algo que está fora do alcance das partes envolvidas. Não fui eu, não foi você quem escolheu viver nesse mundo tão frio. Tudo bem. Não temos culpa absoluta sobre a frieza do mundo, mas é totalmente nossa, a culpa relativa. E a vida é muito além da soma de suas partes.

A e B nunca terão a mesma força separados, que têm juntos. Daí os ditos populares de “A união faz a força”, “Unidos venceremos” e por aí vai. Ser insensível e se isentar da culpa, o livra de uma parte do sofrimento, que você carrega ao ser sentimental, e sofrer com algo que te impede de salvar a si próprio.

Às vezes, acho que ser insensível permite uma dose maior de sinceridade. Ele diz que não quis feri-la, e dizer a verdade é melhor que mentir. Já a menina de sentimental, fala com rodeios pra seduzir, ela sabe que se fosse direta, seria rejeitada. Por que o que é fácil, não enche nossos olhos. O gosto está na batalha difícil de ser vencida.

É, ela não é mais sentimental que ele. Ele ama sozinho, sofre sozinho. Dizem que o verdadeiro amor é aquele que é tão altruísta que deseja a felicidade do outro, mesmo que esta não esteja ao seu lado. Ele desejava que ela ficasse bem, mesmo ele sofrendo um pouco mais. Mas se o amor é verdadeiro, não existe sofrimento. E lá no fundo, ele é tão sentimental, que só quer ter ela, mesmo que ela já não sinta esse amor por ele, que o mantém vivo.

Às vezes, você esquece o que eu finjo esquecer, porque pra você, se encerrou. E pra mim não. Se não é assim, me deixa fingir e rir. Se não há um antídoto, vou incorporar o personagem pra tentar rir da minha própria dor.

Desisto de entender a falta de sensibilidade e o desamor. Não quero dissertar sobre a ausência de sentimentos! Não faz sentido pra mim, ser diferente, indiferente, seduzir pra se livrar depois. Aceitar o mundo vazio, não está nas idéias que eu concebo. Muito menos se conformar em não conseguir fazer outra pessoa feliz ( e ser feliz junto de alguém). Tão pouco, reduzir sentimentos reais a arestas mal aparadas. É essa a base de todos os erros do mundo, meus caros. Acreditem. Quando os corações se abrirem pro amor, as pessoas deixarem de enxergar as outras como descartáveis e substituíveis, os sentimentos forem expostos sem nenhum véu de mentira envolvendo-os e principalmente, quando as palavras forem corretamente interpretadas, o eixo voltará ao ponto de equilíbrio, e eu voltarei para o mundo quando ele estiver menos frio. Utopia? Idealizadora de um mundo perfeito? Apenas humana. Eu tenho um coração, e ele fala por mim. E ninguém é mais sentimental que eu.

By Mônica

Links das Letras:

http://letras.terra.com.br/los-hermanos/67390/

http://letras.terra.com.br/titas/48978/

5 comentários:

Anônimo disse...

Ninguém é mais sentimental que ela... Lindamente sensível este texto, belo e extremamente poético, bem como a sua autora.
Parabéns, amor!

Vanessa disse...

Que texto fofo. Acho que o segredo está sempre no equilíbrio: nem tão sentimental, nem tão insensível. Como uma boa canceriana tenho uma certa tendência ao lado sentimental. Mas também como uma boa canceriana, quando resolvo ser insensível é melhor nem chegar perto, me protejo fortemente "com a minha carapaça". rs Aposto que vc também é assim, canceriana. rs

aline disse...

Que lindo texto! Se todos pensassem assim, se todos negassem a frieza e superficialidade da nossa época, o mundo seria um lugar muito, muito incrível.

netojj disse...

Ontem eu me peguei identificando-me com esta música, sou homem e considero-me um cara muito sensível, amo muito minha namorada e por um tempo nossa relação era parecida com esta musica. Hoje tento, através, do objetivo de sustentes nossa relação, trazer mais racionalidade para nossa relação.
Amei sua visão sobre os sentimentos e deixo meu lema para complementar:
O SEGREDO ESTA NO EQUILÍBRIO"

bli disse...

Chorei,nunca fez tanto sentido essa música...