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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Pitty acerta o "Teto de vidro" que existe entre o "8 ou 80"

A minha idéia do post dessa semana, surgiu da minha indignação e repugnância pelo que o Ser humano é capaz de fazer. Isso foi o pontapé inicial para a minha idéia, ao pensar em uma música de quem na minha opinião, atualmente, é a líder da nata do rock nacional, por honrá-lo ao aliar letras críticas à uma guitarra explosiva. Então, comecei a pensar qual seria a associação: eu precisava de uma outra música. E veio em mente outra música dela. O que é que a Baiana tem? A mais autêntica e singular das baianas, vulga Pitty, vai nos dizer através de Teto de Vidro (música do seu primeiro CD “Admirável chip novo”*) e 8 ou 80 (Do álbum mais recente, “Chiaroscuro”).

Farei diferente essa semana: antes de falar da minha interpretação das letras, falarei da revolta que me fez escolher tais músicas, pra depois fazer a ponte, que parece nada viável. Ao assistir telejornal (coisa que faço pouco pra evitar essa sensação abismal e inquietante que me acomete agora e me faz querer vomitar essas palavras), me deparei com uma matéria sobre uma estudante de determinada universidade, que foi apontada por seus colegas devido à sua vestimenta inapropriada, além de ser expulsa da universidade (que voltou atrás agora que a mídia caiu em cima, lógico) e exposta ao julgamento de pessoas que não tem nada a ver com a vida dela e que não são parâmetro para avaliar conduta alguma.

Fique claro que não estou defendendo trajes indevidos em lugares impróprios, mas defendo sim a liberdade de pensamento, de ser o que se deseja e não ser condenado por isso como um criminoso – ou de forma mais rude, visto que criminosos muitas vezes permeiam impunes por becos em nossa sociedade, que fechamos os olhos e fingimos não ver.

Enfim, quem não tem teto de vidro, que atire a primeira pedra. Quem nunca teve uma atitude condenável, um traje inapropriado, uma conduta pouco louvável. Quem nunca esbravejou uma frase que ficaria melhor se engolida ao invés de posta pra fora. Quem nunca jogou lixo no chão ou negou lugar a um idoso quando ninguém estava olhando. Quem furou fila ou se sentiu esperto ao se beneficiar do erro de algum vendedor, que o levou a adquirir um produto melhor pelo preço do mais barato.

No fim das contas, todo mundo tem segredo que não conta nem pra si mesmo. Porque é vergonhoso. O ponto de ebulição do nosso caráter pode fazer explodir o nosso cérebro. Manda nossa alma pro espaço.

Todo mundo tem receio do que vê diante do espelho. Medo se ser alguém que você já criticou. Medo de descobrirem que você fez algo que um dia já apontou como errado. Insisto: não é medo da atitude errada, e sim de ser descoberto. Na frente está o alvo que se arrisca pela linha, não é tão diferente do que eu já fui um dia.

Tantas pessoas querendo sentir sangue correndo na veia, afinal quem está vivo se movimenta. E quer muito, tem apego. Deixa de querer, restando o desprezo. É a nossa vulnerabilidade que nos faz escravos dos nossos desejos voláteis, que nos faz cair em contradição o tempo todo. E surgem os desejos que não se divide nem com o travesseiro. O remédio pra amargura (existe?) ou as drogas que vem com bula (a solução dos fracos).

O mundo gira num segundo, sem conhecer o que existe entre o 8 e 80. Cada um em seu casulo, em sua direção, vendo de camarote a novela da vida alheia. Sem cuidar do próprio umbigo, mas sugerindo soluções, discutindo relações, bem certos de que a verdade cabe na palma da mão. Quero ver quem é capaz de fechar os olhos e descansar em paz com esse tipo de conduta.

Nem sempre ando entre meus iguais, nem sempre faço coisas legais. Me dou bem com os inocentes, mas com os culpados me divirto mais. E como me divirto. O que não presta sempre interessa muito mais. Mas se a verdade está na palma da minha mão, eu posso atirar a primeira pedra no teto do vizinho. Posso julgar a atitude dele e diminuir o seu valor. E quando a verdade dele passar a ser a minha, é só mudar a perspectiva. Se eu faço, deixa de ser errado. Quem é dono das certezas não é capaz de errar (?).

E num piscar de olhos, lembro de tanto que falei, deixei, calei e até me importei, mas não tem nada, eu tava mesmo errada. Mas ficar discutindo a novela da vida alheia, sugerindo soluções , desconhecendo o meio termo entre o 8 e o 80 e esmagando a verdade na palma da mão, não permite a ninguém fechar os olhos e descansar em paz. Se aliar aos inocentes, mas ser fiel aos culpados não permite buscar dentro de mim os meus lares, nem lidar com o meio. Chega de hipocrisia! Muita coisa feia ainda vai aparecer por aí e nos indignar, até que façamos a mesma coisa. Se vai ficar, se vai passar, não sei. Mas isso não é uma questão de opinião. E isso é só uma questão de opinião.

By Mônica

Links das Letras:

http://letras.terra.com.br/pitty/67659/

http://letras.terra.com.br/pitty/1524309/

*Fonte by Bobiça

4 comentários:

Fran disse...

Belo texto, cheio de sensibilidade.
Essa bonita é muito inteligente!!

Beijos.

Anônimo disse...

Você conseguiu explorar a alma humana como poucos conseguiram com este texto. De verdade, eu nunca havia lido um texto tão profundo quanto o seu. Meus parabéns, esse é com certeza o melhor texto já postado em nosso blog, amor.
Te amo!

Denise disse...

Texto massa demais! Parabéns.

Unknown disse...

Amei, um conteúdo muito bom. Eu gostaria de saber se vocês tem redes socias, para eu acompanhar.