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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

"Astronauta" (Lulu Santos/Gabriel O Pensador) X "O Astronauta de Mármore" (Nenhum de Nós)

“ - O que você quer ser quando crescer, Aline?”

“ – Astronauta!!!”

“ – Mas porque Astronauta?”

“ – Por que eu vivo no mundo da lua!!!”.

Quem na infância, sob diferentes justificativas abstratas, não quis ser astronauta? Ver a Terra de longe, grande e azul, e milhares de vidas acontecendo na sua frente, e você só enxergando imensidão, estrelas cadentes e...Quem sabe não vê um extraterrestre ou um OVNI? E se eu descobrir um planeta novo onde existem pessoas como nós?

Eu sei, é muita ficção num mundo que já é uma novela por si só, mas são hipóteses que vagueavam pelo meu imaginário, no meu “Eu” de oito anos de idade.

Vamos falar do post dessa semana, e de músicas que eu aprendi a gostar em momentos diferentes, viajando nas letras como se fossem a minha nave especial. Vai que o mundo das maravilhas com o qual eu sonho não se encontra na Terra, mas existe em algum lugar? Viajando pelo universo infinito, peço carona ao “Astronauta” que é uma parceria entre Lulu Santos e Gabriel, O pensador e “O Astronauta de Mármore”, do Nenhum de Nós.

Começo pelo Astronauta de Lulu e Gabriel, que sente falta da Terra, mesmo tendo guerra, gente no bagaço, morrendo de cansaço de tanto lutar por um espaço, e ele lá com o espaço inteiro à sua disposição, quer voltar aqui pro chão, e pra toda essa nossa grande ignorância e nossa vida mesquinha, pois a solidão é tão lacerante que ele prefere essa vida difícil daqui, e o negócio tá feio, tá todo mundo feito cego em tiroteio.

E enquanto as pessoas olham pro alto procurando salvação e orientação, ele está perto de Deus, sabendo as respostas das grandes perguntas e não quer mandar tudo pela internet. Não adianta querer se livrar do peso da responsabilidade, a gravidade somos nós quem construímos, com toda nossa loucura, nossa tortura que nos permite conseguir sobreviver no meio do ódio, mentira e ambição.

E só estando face a face com a solidão, se percebe que nesse planeta doente, só nós podemos achar a cura pra cabeça e o coração da gente, e aí sim, seremos alguma criatura inteligente, como buscamos achar no espaço, definindo-os como nossos similares. Mas vida inteligente é algo longe de existir nessa merda de lugar, então não me mande nenhum e-mail com notícias, porque eu tô de saco cheio e vou me desconectar.

É tanto progresso que eu pareço criança, porque tudo evolui e nada cresce? Engatinho nessa loucura, a Terra é um planeta em extinção. É minha conclusão, nesse mundo de muita gente, onde só se encontra solidão. Cada um de nós dentro da sua própria bolha, em nossas redomas inquebráveis, nos fechando em solidão sem perceber, e fugindo dela, querendo voltar pra Terra. Estamos na Terra o tempo todo, querendo sobreviver, sem colocar os pés no chão e sonhando alto demais, nossos sonhos egoístas e mesquinhos, que valem pouco para repartir.

Vivendo no mundo da lua, no escuro deserto do céu, como astronautas de mármore. Queremos fugir da solidão, mas não usamos o machado pra quebrar o gelo. Queremos dar uma volta na nave, estamos de mala pronta, de partida, com a passagem só de ida, preparados pra seguir viagem, prontos pra decolar, mas a trajetória escapa o risco nu e as nuvens queimam o céu, nariz azul. Será que tenho uma chance de tentar viver sem dor? Vivendo fora de órbita, temos que assumir o risco que o vácuo nos traz e não podemos querer estar aquém do mundo ouvindo as vozes do rádio.

Sempre estar lá e ver ele voltar, não era mais o mesmo, mas estava em seu lugar. Que bicho te mordeu aí na lua, astronauta, que te fez querer voltar? Você não está feliz onde você está?

A lua inteira agora é um manto negro, estrela por aqui é o que não falta. A lua o lado escuro é sempre igual. E o mundo da lua é feito um motel, aonde os deuses e deusas se abraçam e beijam no céu. E observando tudo a distância, como a Terra é pequenininha. E no espaço, a solidão é tão normal...Desculpe estranho,eu voltei mais puro do céu. O tolo teme a noite, como a noite vai temer o fogo. E o fim das vozes no meu rádio, me fizeram acordar do sonho agora mesmo.

Nós, na Terra, olhamos pro céu e pedimos paz. Queremos viajar sem volta, pra um lugar que nos afaste desse pequeno universo de mentes inteligentes que transbordam loucuras e torturas e não são capazes de absolver a própria solidão. Antes só do que acompanhado demais. Porque preferimos reduzir nossos valores e multiplicar os bens.

Nós, no céu escuro, olhamos pra Terra e sentimos falta. Queremos voltar, pedimos notícias, a solidão é de matar. Como acabar com a solidão do mundo se não somos capazes de resolver nossas dores particulares? Cultivamos o deserto, e não aprendemos a nos curar. O simples mistério de amar. Como os deuses e deusas, no céu...

E o Astronauta, não é de mármore. Apenas de carne, osso, mente e coração. Porque eu não fiquei por lá, que era o melhor a fazer? Com todo aquele espaço na mão, agora eu olho pra lua implorando por paz. Vou chorar sem medo, vou lembrar do tempo de onde eu via o mundo azul...

By Mônica

Links das Letras:

http://letras.terra.com.br/nenhum-de-nos/28026/

http://letras.terra.com.br/gabriel-pensador/65577/

3 comentários:

Jean James disse...

Tá vendo se continuasse por lá iríamos nos encontrar mais vezes... rs

Tainá Crisóstomo disse...

Adorei esse texto, mamis. Mais uma coisa que a gente se parece... eu também tinha um sonho de ser astronauta. :)

Beijos e abraços!
:**

Jeferson Cardoso disse...

Essas músicas são lindas! E quem nunca sonhou em ser astronauta e ver da lua a terra azul?

*Entre o sonho e a realidade eu prefiro a realidade que me permita sonhar. http://jefhcardoso.blogspot.com