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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Flores do mal (Legião Urbana X Barão Vermelho) X Flores (Titãs)

Eu, que sempre gostei de escrever sobre flores, inicio minha jornada musical falando sobre elas, por mero acaso. Em uma aula de francês, descobri “Les fleurs du mal”, de Charles Baudelaire, um poeta francês do século XIX, que foi violentamente atacado por compor essa obra gigantesca e complexa, que fala do amor à revolta, com detalhes que não cabem a mim descrever, compreender e interpretar. Me recolho à minha insignificância e me resumo a falar de música, e não de poesia simbolista. Porém foi preciso citar, visto que foi a partir daí que eu fui buscar “As flores do mal”, composta por Frejat em 1992, como uma tentativa de traduzir e simplificar Baudelaire. Alguns anos mais tarde, um poeta do mesmo escalão de Frejat, Renato Russo, fez uma música de mesmo nome, com uma idéia semelhante e controversa à versão do primeiro. E ainda tento interligar “Flores”, do Titãs, para completar o jardim.

Apesar de mais contemporânea, a versão de Renato, mostra mais verdadeiramente a face da traição, nua e crua. Amor sem sinceridade. Dor e mentira, envoltas em sementes secas, que devem ser jogadas no lixo. Será que é isso que ele quer dizer quando diz “Volta pro esgoto, baby”? O que não presta, não deve ter valor, nem ser guardado entre pétalas perfumadas. Deve ficar pra trás, em qualquer espaço sem reserva, onde sequer será notado.

Frejat, por outro lado, romantiza a dor de um amor infiel. A traição não é tão explícita quanto na visão de Renato, apesar de existir e criar uma pessoa vulnerável, que sabe que sofre, mas não mostra ao traidor como ele é pequeno e insignificante. Ele aceita essa felicidade de mentira, pra não ter que viver acompanhado da solidão. Ele se torna apático, e aceita ser esse fantoche.

Flores de plástico não morrem. Flores de plástico, vieram de sementes ricas, e viraram flores do mal, que petrificaram para se livrar da morte, e continuar existindo. Porque o que é de vidro, quebra, mas o que é de plástico, não pode morrer. Porém...que valor tem? Vale mais uma única flor originada de semente fértil, do que ter flores por todos os lados, ver flores em tudo, flores despedaçadas, em cima do telhado, embaixo do travesseiro, cansadas, pálidas, com cheiro de morte. E não de amor.

By Nine

Links das letras:

http://letras.terra.com.br/legiao-urbana/46929/

http://letras.terra.com.br/barao-vermelho/44420/

http://letras.terra.com.br/titas/48974/

1 comentários:

Tainá Crisóstomo disse...

Há flores em tudo o que eu vejo!