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terça-feira, 3 de novembro de 2009

Poema (Cazuza) X Quase um Segundo (Paralamas do Sucesso)

O post dessa semana está me matando, preciso confessar. São duas músicas de enorme peso na minha vida, e meu medo de falhar ao expressar isso é terrível. Saibam de antemão, que ao final não estarei satisfeita, e farei mil críticas dizendo que poderia ser melhor. E poderia, mesmo. Mas enfim. Citarei grandes poetas. Idéias que me fascinam, traduzidas em letras em harmonia com melodias perfeitas que emocionam àqueles que sentem a música. Falo de sonhos, pesadelos, lembranças doces e necessidade de afeto.

Para tal façanha, peço ajuda. A Cazuza, lógico. E a Herbert Vianna, porque não? Nesse confronto de poetas do topo do rock brasileiro em sua melhor fase, discurso sobre “Poema” X “Quase um Segundo”. Acho que os próprios títulos se ligam. Poema remete uma lembrança poética e idealizada do passado. Será que você ainda pensa em mim? Por Quase um segundo, talvez. Como um rastro brilhante de estrela cadente. É a beleza do que aconteceu há minutos atrás.

Não sei se todos sabem, inclusive meu parceiro musical, mas Cazuza interpretou brilhantemente a letra que agora uno à dele nessa divagação sentimental. Quase um segundo então, foi interpretada por Cazuza, o mesmo que agora é “comparado” à Herbert no que diz respeito à poesia e música. Poema, melhor dizendo.

Em “Poema”, Cazuza fala de um pesadelo que o acordou e o fez voltar à sua infância, e boas lembranças que ficaram guardadas lá atrás. E lamenta de forma doce e suave sobre como perdemos no caminho, com o tempo, o encanto e algo mais que nos faz sentir o passado com um aperto irremediável.

Já Herbert, que vive o suficiente para ter muitas dores no caminho que meu adorado Agenor não teve o desprazer de conhecer, fala de um único estante. Uma mínima fração, pela eternidade. Um segundo numa imensidão. Ou quase isso. E pra ele, a dor parece ser mais enfática que a doçura dos bons tempos. Ele quer se transformar em algo que o faz ter de volta, a paz que ele perdeu ao ter um sonho ruim, que representava a queda de tudo aquilo que era o mundo pra ele.

Ele só quer isso de volta, e é justo. Cazuza também quer, mas ele já se sente afortunado por ter acontecido. É aquela história de não se lamentar pelo fim, mas sorrir por ter existido. Enquanto Herbert teve um sonho ruim e acordou chorando, Cazuza teve um pesadelo, e levantou a tempo de não chorar, apesar de ter medo (sonhos são apenas sonhos...e nada mais?). Medo que outrora, era motivo de choro, pra que ele pudesse receber um afago consolador de que tudo ficaria bem. Esse mesmo afago, não existe agora. Isso o traz memórias de um tempo feliz, e é isso que impede as lágrimas de transbordarem incontidas.

Eu queria ver no escuro do mundo onde está tudo o que você quer. Pra me transformar no que te agrada. E do escuro eu via um infinito sem presente, passado ou futuro. Mas tinha uma coisa sua que ficou em mim, e não tem fim. Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo. Que não me deixa em paz. São as cores e as coisas pra te prender? Será que isso impede de perder alguma coisa no caminho? Morna e ingênua, que nos remete a um abraço forte. E eu te odeio por quase um segundo, porque você não está aqui. Mas depois, te amo mais, pelo carinho que deixou em mim. Será que você, onde quer que esteja, ainda pensa em mim? Eu acordei chorando. Será que posso te ligar? Existe telefone nas estrelas? Não estou reclamando abrigo, sei que é escuro e frio, mas também é bonito, porque é iluminado. E fica a beleza do que aconteceu há minutos (ou vidas) atrás.

By Mônica

Links das Letras:

http://letras.terra.com.br/ney-matogrosso/169321/

http://letras.terra.com.br/os-paralamas-do-sucesso/65217/

4 comentários:

Tainá Crisóstomo disse...

Nossa, amei esse post! Antigamente, eu era viciada nessa música "quase um segundo", mas na voz do Cazuza. É, simplismente, belíssima. E ler essas palavras "traduzindo" a música, é de fazer o os olhos se encherem d'água!

Anônimo disse...

Você escrevendo sobre Cazuza... Eu preciso dizer mais alguma coisa? Você se supera cada vez mais. Lindo texto!
Te amo, vida!

Unknown disse...

Boa tarde. Gostaria de acrescentar que a letra da musica "Poema" foi escrita para dar de presente para sua avó. Sua mãe, Lucinha Araujo, pegou a letra e pediu para Frejat construir uma música. Frejat ficou a noite inteira fazendo a musica e quando acabou, disse a Lucinha que esta musica ficaria perfeita na voz de Ney Matogrosso. Ney topou e nasceu essa obra prima.
informações retiradas do site Fã Clube Volta Cazuza.

Unknown disse...

Muito bom o post!